
Manhã, bom dia; 30 andares, 130 metros de altura; cor-de-rosa único, é incomparável, foi amado e detestado, foi o maior de todos, e não apenas aqui, mas em toda a América Latina - quando em sua inauguração, marcando o início do movimento de verticalização da cidade.
Idealizado pelo comendador italiano Giuseppe Martinelli, teve como autor do projeto um húngaro, o arquiteto William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena, e foi erguido entre os anos de 1925 e 1929, tendo sua construção questionada por diversas vezes - inclusive na justiça - em função de sua considerável altura (que não era comparável com nenhum outro prédio no país). É talvez o mais belo edifício da cidade, e marca todo o glamour arquitetônico da Belle Époque que rondou a capital no início do século XX.
Teve altos e baixos; respondeu por seu pioneirismo, recebeu visitantes ilustres, abrigou em suas dependências os mais diversos tipos de instituições, empresas, residências, hotel, cinema, restaurantes, bares, cassino; foi contornado pelo Zepellin - em sua visita a cidade em 1933; sofreu duros golpes como problemas financeiros e a perda de prestígio - como o título de mais alto da cidade; foi cenário de crimes e invasões, tornou-se sinônimo de abandono e insalubridade; deu a volta por cima, passou por desapropriações e reformas, conseguiu novamente o prestígio e respeito, até ser tombado pelo Patrimônio e estar aí, praticamente 80 anos depois, ainda imponente em nosso cotidiano.
Nosso grande Edifício Martinelli.
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