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Nossa paulicéia: retratos, retalhos...
13/12/2006
Parque Siqueira Campos, o Trianon
O parque visto a partir do vão-livre do MASP, por Adriano Vieland

Avenida Paulista, sinônimo de correria, homens, mulheres e veículos num ritmo beirando a insanidade; informação em todos os níveis, poluição - infelizmente - em diversos aspectos; pulsação, o combustível da cidade.

Se você já percorreu toda a avenida, em meio ao concreto das dezenas de edifícios, certamente deve ter se deparado com um bloco artístico de valor incalculável para nossa cultura, o MASP, que ali realmente chama a atenção de todos, mas e do lado oposto ao museu, por de trás dos pontos de ônibus e demais interferências urbanas, você já se atentou ao Parque Siqueira Campos, ou como é mais conhecido, o Trianon?

Não será difícil, numa primeira visita a cidade, você se impressionar com uma reserva vegetal como aquela em meio a selva de pedra. É triste ter "sobrado" tão pouco, mas é valorosa e exuberante a sua presença, quebrando o ritmo cinza, oxigenando nossa visão, nem que por apenas um quarteirão.

Inaugurado em 1892, sua história corre paralelamente a abertura da Avenida Paulista; o projeto original do parque foi do francês Paul Villon, que se inspirando no então estilo inglês, preservou espécies vegetais nativas e introduziu algumas outras exóticas.

No início do século XX, onde hoje encontra-se o MASP, foi construído - a partir de um projeto de Ramos de Azevedo - um belvedere, que permitia um invejável panorama do Centro da cidade. Esse local ficou conhecido como "Trianon" - nome que passou a caracterizar toda aquela região - e ao mesmo tempo passou a ser freqüentado por boa parte da elite paulistana.

Foi somente no início dos anos 30 que, em homenagem à um dos heróis da Revolta Tenentista, o Trianon recebeu oficialmente o nome de Parque Siqueira Campos. Nas décadas seguintes, o que se presenciou foi a decadência e abandono do local, até o final da década de 60, quando o então prefeito Faria Lima, convidou Burle Marx e Clóvis Olga para tocarem o projeto de recuperação, onde várias intervenções e melhorias foram providenciadas.

O parque está lá, o cedro está lá, o jequitibá-branco e o jatobá também; o joão-de-barro está lá, o sabiá e os esquilos também. Quer uma dica para um "domingão": visite-os.


 

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Publicado por Adriano Vieland às 18:06 | permalink | compartilhar
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